Ano 6 - Nº 6 - 1/2012

Apresentação

A Revista HELB, em seu sexto ano de publicação, traz neste número oito artigos e uma resenha histórica que abarcam questões diversas da história do ensino de línguas no Brasil. Essa variedade agrega possibilidades de interpretação do percurso histórico produzido pelos agentes direta ou indiretamente envolvidos na aquisição, ensino e aprendizagem de novas línguas e culturas.

No primeiro artigo revisitamos uma publicação de inestimável importância histórica escrita por Francisco Gomes de Matos, em 1976, na extinta Revista de Cultura Vozes, intitulada “1965/1975: Dez anos de Linguística Aplicada no Brasil”. Trata-se de um relato do que de mais importante se registrou no país no âmbito da emergente área de Linguística Aplicada ao longo dos seus dez primeiros anos de atividade no cenário nacional. O artigo republicado é precedido de um posfácio dialogado inédito do autor assinado em coautoria com o editor-chefe desta Revista, José Carlos Paes de Almeida Filho.

Em seguida, apresentamos um texto de Edirnelis Moraes dos Santos, Marcos dos Reis Batista e Renata de Cássia Dória da Silva que trata da trajetória de instalação do ensino de português como língua estrangeira, discorrendo especialmente sobre a experiência vivida na Universidade Federal do Pará.

Como terceiro texto, trazemos a proposta de Denise Gisele de Britto Damasco de periodização do ensino de línguas no Distrito Federal. Esse artigo, além de mostrar um panorama do ensino de línguas no DF também nos remete à importância do desenvolvimento de pesquisas deste tipo nas cidades e regiões brasileiras.

O texto seguinte, de Liz Sandra Souza e Souza, resgata aspectos relevantes da história do Colégio Pedro II como lugar de memória que abriga os primeiros esforços direcionados ao ensino das línguas no Brasil. Na sequência, Norma Diana Hamilton propõe uma análise contrastiva entre a abordagem comunicativa e a pedagogia crítica, ressaltando a origem e evolução das mesmas, bem como as semelhanças e diferenças existentes entre elas.

Letícia Coroa do Couto, no sexto artigo, busca retomar o desenrolar da história do ensino de alemão como língua estrangeira no país. Iniciando com a chegada dos imigrantes alemães ao Brasil, passando pelo ensino do idioma como língua materna nas colônias alemãs e chegando aos dias atuais. Neste texto são abordados os esforços de pessoas e organizações alemãs e brasileiras nessa trajetória original da inserção da língua de Goethe no Brasil.

Cambiando o enfoque para a prática docente, José Henrique Silva Júnior e Karla Ferreira da Costa apresentam um levantamento dos usos de tecnologias no ensino e aprendizagem de línguas. Os autores partem de uma breve retomada histórica do desenvolvimento das tecnologias para mostrar o panorama atual, ressaltando as possibilidades de uso e as dificuldades encontradas no âmbito pedagógico.

A seguir, compreendendo que língua e cultura são indissociáveis, Bárbara Caroline de Oliveira propõe uma pesquisa bibliográfica de caráter histórico focalizando no livro fundador de Robert Lado a relação contemporânea da cultura com a língua, percebendo a primeira como um elemento integrante do processo de ensinar e de aprender línguas.

No último texto, Carlos Alberto Gonçalves Pavan nos brinda uma resenha histórica do livro “O Ensino das Línguas Vivas: seu Valor, sua Orientação Científica”, escrito em 1935 por Carneiro Leão, um dos pioneiros brasileiros na produção teórica relevante sobre o ensino de LE.

Estimamos que a diversidade desses aspectos históricos retratados no volume anual da Revista HELB possam fomentar discussões, debates e novas ideias, além de suscitar a curiosidade de nossos leitores por novas descobertas. Agradecemos, por fim, a todos os autores colaboradores deste volume da Revista.

Brasília, 21 de dezembro de 2012.