A Carta de Pelotas

A carta de Pelotas é um documento histórico oriundo de deliberação plenária pelos participantes do II Encontro Nacional sobre Política de Ensino de Línguas Estrangeiras (ENPLE) realizado em setembro de 2000 na cidade gaúcha de Pelotas-RS sob os auspícios da Associação de Linguistica Aplicada do Brasil (ALAB) . Após analisar, em grupos temáticos setoriais os problemas do ensino de línguas no Brasil, os participantes aprovaram o teor da Carta. Esse documento teve a recomendação da assembléia para que fosse enviado ao Ministério da Educação (MEC) de modo que as autoridades do governo tomassem conhecimento do quadro em que se encontrava o ensino de línguas no país e os formantes para uma política nacional de ensino de línguas.Apesar de o Ministério nunca ter respondido às reivindicações e apontamentos dos profissionais envolvidos nessa ação fica claro a força intelectual e consciência política da classe reunida nesse evento.

O Documento se reveste de extrema importância para a história do ensino de línguas no Brasil, por dois motivos: (a) contém um diagnóstico global arguto da situação do ensino de línguas de todo o país nos mais diversos contextos e níveis , da escola pública às escolas de línguas , do ensino fundamental ao de pós-graduação, (b) mostra que os envolvidos estão comprometidos com o grande processo de ensino e aprendizagem e com as políticas públicas referentes a ele. Esses profissionais foram capazes de, à luz teórica contemporânea da Linguística Aplicada, perceber e propor medidas que beneficiassem a melhoria do ensino de línguas no Brasil.