Curso Pioneiro de Língua e Literatura Francesa na USP

USP

O Curso de Língua e Literatura Francesa da USP iniciou suas atividades em 1934, com o nome de 'Cadeira de Língua e Literatura Francesa', tendo como regente o Professor Robert Garric. Em 1935, foi instituída a subseção de Letras Estrangeiras, que compreendia as cadeiras de Francês, Italiano, Alemão, Espanhol e Inglês pelo Decreto nº 7069 de 6/4/1935.

Do ponto de vista metodológico, o Curso de Língua apresenta quatro momentos bem definidos:

  • O primeiro, que vai da criação da universidade até por volta de 1965, profundamente marcado pela presença do professor Alfredo Bonzon, que permaneceu na USP durante 19 anos (1938-1946, 1949-1955 e 1957-1962), imprimindo ao curso uma orientação nitidamente literária, com adoção de modelos franceses e estudo de textos com abordagens estilísticas e filológicas, então em voga na França. O curso era uma reprodução do modelo psico-pedagógico utilizado na França para os alunos de língua materna francesa sem preocupação de vínculos com a realidade brasileira;
  • No segundo, de 1966 a 1980, foram introduzidos os Métodos Audiovisuais que privilegiaram as habilidades orais. Entretanto, nessa mesma época, a presença do Francês começou a diminuir nas escolas de 1° e 2° graus, o que acarretou mudanças na programação do curso. Com a Reforma Universitária aplicada à USP em 1970, a Cadeira da Língua e Literatura Francesa tornou-se parte integrante do Departamento de Letras Modernas, que compreende, além do curso de Francês, os de Alemão, Espanhol, Inglês e Italiano. Em 1971, foi credenciada a Pós-Graduação em Língua e Literatura Francesa, em função da variedade de cursos oferecidos, estimulando pesquisas bem diversificadas em nível de Mestrado e Doutorado.
  • O terceiro momento, bastante eclético (década de 80), caracterizou-se pela permanência de algumas técnicas da fase audiovisual e pela influência de tendências advindas do enfoque comunicativo e de estratégias do Francês Instrumental. A análise dos textos de autores de outros países de expressão francesa, que tinha sido introduzida nos estudos literários, acabou também penetrando na área da língua. Nesse período, intensificaram-se os estudos contrastivos, tradutológicos e de análise do discurso. Começou então a haver maior equilíbrio entre os estudos lingüísticos e os literários, fase marcada pela atuação de Ítalo Caroni, que alargou os horizontes do curso introduzindo estudos no campo da francofonia e incentivando a área de Tradução, que fora particularmente defendida por Vítor Almeida Ramos, Francis Aubert e Mário Laranjeira;
  • O quarto momento (Década de 90) pode ser caracterizado pela reformulação geral no Curso de Francês na área de Letras, em função das conquistas das últimas décadas no campo da psico-sócio-lingüística, da análise do discurso, da enunciação, da pragmática, assim como no campo das ciências da educação, conquistas que acabaram se concretizando em uma nova prática na sala de aula, inter-relacionando ensino e pesquisa.