Ano 3 - Nº 3 - 1/2009

Apresentação

Neste terceiro ano de publicação sem interrupções da Revista HELB, pioneira e única em sua categoria no País, abrimos ainda mais o leque temático histórico do ensino de línguas para interpretar fatos, personagens, medidas oficiais e períodos que marcaram o desenvolvimento da disciplina História do Ensino de Línguas no Brasil. É auspicioso que o Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada dedique parte de suas energias e provisões à formação histórica sobre o Ensino de Línguas a que se dedicam estudantes e docentes pesquisadores aqui situados. A formação de pesquisadores no âmbito da Aprendizagem e Ensino de Línguas (AELin) não poderia se completar sem essa experiência fundadora na interpretação do curso histórico produzido por professores e alunos de línguas, além de autoridades em instâncias oficiais que vão engendrando uma política coleante de consolidação de um ofício e de uma profissão antiga de muitos séculos de serviços a quem deseja apropriar-se de novas línguas e culturas.

Iniciamos este número por um artigo de Glória Gil comparando o desenvolvimento de políticas de ensino de línguas no Brasil com o de nossos vizinhos argentinos. Essa abertura comparativa refresca nossa percepção de como fomos evoluindo e do que nos falta cumprir de ambos os lados. Depois, outro texto igualmente relevante escrito por Luiz Eduardo Oliveira e João Escobar J. Cardoso, da Universidade Federal de Sergipe, nos convida a compreender o que se passou no cenário moderno de ensino de línguas a partir da Reforma Francisco de Campos, promulgada em 1931 no Brasil com repercussões para o ensino durante a maior parte do século vinte. Do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro, bastião da renovação e protagonismo profissional no ensino de línguas desde a primeira metade do século 19, vamos para o início da Colônia , no século 16, inspecionar o que se entendia por ensino de línguas: desfiar as lições de uma gramática da língua-alvo, que podia ser o Português seiscentista ou as línguas indígenas brasileiras recém descobertas pelos lusitanos. O artigo de Samara Cordeiro, mestranda da UnB, faz uma primeira incursão nesse reino emergente das gramáticas no ensino dessas línguas. Neste mesmo volume, Samara tem outro artigo em colaboração com Fabrício Ferreira, professor da Cooplem Idiomas em Brasília, sobre imagens usadas como recursos de ensino numa diacronia em livros didáticos usados no Brasil para ensinar idiomas. Completam o volume um artigo de Elisa Alcântara, da Universidade Federal de Tocantins, sobre o valor de se conhecer história geral do Brasil para o estudo histórico do ensino de línguas e um artigo de minha própria autoria recuperando o nascedouro do movimento comunicativo de línguas na Europa no início da década de 70.

Aos leitores da HELB sobram motivos para navegarem por nossa colheita profícua do ano de 2009 e divulgarem em suas universidades e escolas este precioso veículo de estudos de natureza histórica na Aprendizagem e Ensino de Línguas que é a HELB. Agradecimentos especiais a todos os colaboradores autores neste volume.